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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Alunos ficam sem estudar por falta de luz e famílias perdem benefício do Bolsa Família, em Manaus

Na quinta-feira, moradores da comunidade Bela Vista, no Puraquequara, foram até o MPE apresentar denúncia contra a Semed 


Mais de 30 famílias da comunidade Bela Vista, bairro Puraquequara, na Zona Leste de Manaus, estão sem receber os benefícios do programa federal Bolsa Família. A interrupção nos pagamentos aconteceu porque as crianças dessas famílias deixaram de frequentar a escola municipal Francisco Nunes da Silva, que teve as aulas suspensas por falta de energia elétrica.
A escola, localizada na própria comunidade, teve o fornecimento de energia cortado, no mês de junho, quando a concessionária Eletrobras Amazonas Energia constatou que a escola tinha uma ligação clandestina, o popular “gato”, há mais de cinco anos. Na quinta-feira, a denúncia foi apresentada ao Ministério Público Estadual (MPE) pelos moradores.
Conforme informações dos moradores, as famílias que tiveram o benefício suspenso por conta do problema estão recebendo ajuda de parentes e de projetos sociais de uma igreja. “O benefício do Bolsa Família foi bloqueado e muitas mães dependem dessa ajuda até para alimentação. Agora, não há aulas na escola por culpa da irresponsabilidade de administradores públicos e as mães é que têm que arcar com o prejuízo”, disse a dona de casa Rosana Amaral, 44.
Segundo as mães afetadas pela suspensão do pagamento, o comprovante emitido pelo Bolsa Família aponta a ausência das crianças como motivo para a medida. O documento traz a justificativa de que “não há frequência da criança na escola”. “A escola não está enviando a frequência porque não há aulas. Mas essa situação não é culpa da comunidade, então não é justo sermos prejudicados dessa forma”, desabafou Neuza França, 53.
Impasse dura dois meses
O fornecimento de energia elétrica da escola Francisco Nunes da Silva foi cortado pela concessionária no dia 13 de junho, há quase dois meses. Segundo a Eletrobras Amazonas Energia, a ligação clandestina gerou um débito de R$ 435 mil à empresa.
As aulas foram suspensas, afetando mais de mil estudantes. A direção decidiu, então, antecipar as férias escolares e retomar as aulas no dia 2 de julho, o que não aconteceu devido a falta de luz no prédio. “Estão enganando a comunidade. A Secretaria Municipal de Educação (Semed) diz que já cumpriu os procedimentos para a religação e a Eletrobras Amazonas Energia diz que faltam documentações por parte da escola. Em meio a esse impasse, as crianças são penalizadas”, contou a moradora Nazinha Amaral de Brito, 42, que teve o Bolsa Família suspenso.
Documentos ainda estão pendentes
Em nota, Eletrobras Amazonas Energia informou que a energia não foi restabelecida porque faltam três documentos referentes ao transformador da escola, que garantem a procedência e as condições do equipamento.
A concessionária informou que o diretor da escola, Antônio Tavares, está ciente dos procedimentos. Segundo o subsecretário de Infraestrutura e Logística da Semed, Marcelo Fonseca, a Eletrobras Amazonas Energia “está pedindo coisas impossíveis”, como documentos antigos.
Sobre a suspensão do benefício, ele disse que os dados da frequência escolar foram enviados ao Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) e orientou os pais a procurarem a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (Semasdh).
Punição
De acordo com o procurador do MPE Públio Caio Bessa, a denúncia será examinada na Promotoria da Infância e Juventude e o órgão público responsável pode, até mesmo, ser punido por conta do prejuízo.
Sem explicação
A reportagem procurou o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e o Minitério de Educação e Cultura (MEC), por meio da assessoria, que não souberam explicar porquê o benefício foi suspenso.




Fonte:http://acritica.uol.com.br


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